A universidade que sabe fazer a diferença

Por Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília, para o Correio Braziliense

Mais de 5,5 milhões de brasileiros fizeram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os resultados servem como porta de entrada para dezenas de universidades públicas brasileiras. Na Universidade de Brasília (UnB), 25% das vagas anuais, destinadas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), são preenchidas tendo anota do Enem como critério. No começo de dezembro, ocorrem as provas do Programa de Avaliação Seriada (PAS), que destina metade das vagas da instituição para os jovens que obtêm a melhor pontuação em três exames aplicados ao longo do ensino médio. Essas duas provas – aliadas ao vestibular no meio do ano – representam momentos muito significativos para os estudantes brasileiros, em especial os brasilienses.

Para a grande maioria dos jovens do Distrito Federal, entrar na UnB é mais do que uma etapa a ser cumprida de modo protocolar. É um sonho. Mães e pais, avôs e avós, tias e tios, primas e primos, namoradas e namorados, amigas e amigos, todos vivenciam a rotina de estudos, torcem, se emocionam, sentem igualmente a ansiedade da hora da prova. São grandes e intensos dias para as famílias.

A expectativa envolve também os professores do ensino médio. Afinal, eles acompanham o aprendizado dos adolescentes durante muitos meses. Dedicam-se à construção cotidiana do conhecimento. Participam de um momento essencial da vida dos jovens, quando estão prestes a escolher um caminho para seu futuro profissional. A conquista dos estudantes é motivo de orgulho para os professores e representa também uma vitória da educação.

Percebemos a empolgação de alunos e mestres nas diversas interações que fazemos com o ensino médio: nas visitas do nosso Decanato de Ensino de Graduação (DEG) às escolas, nas mostras de curso durante a Semana Universitária, nas visitas que fazem à UnB e, mais recentemente, nas rodas de conversa comigo e com representantes de áreas acadêmicas da Universidade.

Estudantes de escolas públicas e particulares têm tido a oportunidade de vir ao câmpus universitário para tirar dúvidas sobre os processos seletivos e o funcionamento da instituição. É gratificante ver, em suas expressões, curiosidade e expectativa sobre o ingresso na UnB. Também emociona saber que, hoje, a Universidade é mais democrática do que há alguns anos e um destino possível para todos, de todas as cidades do DF e do país.

Esse sonho tem razão de ser. A UnB é uma das principais instituições de ensino superior do Brasil e vem alcançando níveis crescentes de reconhecimento acadêmico internacional. O Times Higher Education (THE), organização britânica que avalia a educação superior em todo o mundo, colocou a Universidade como a 8ª melhor do país este ano, um avanço de três posições em relação a 2017.

Também ingressamos, recentemente, no ranking das melhores universidades de países emergentes do THE e tivemos as áreas de educação, artes e humanidades, ciências sociais, ciências da vida, ciências físicas, psicologia, clínica, pré-clínicae saúde e administração e economia reconhecidas pela organização. Outras áreas ainda não foram avaliadas. No CWUR, outro ranking internacional, subimos mais de 200 posições em relação a 2017. Esse tipo de classificação nos ajuda a acompanhar o desempenho da UnB. Sobretudo, nos dá fôlego para continuar avançando no caminho da excelência.

Nas avaliações nacionais, também ocupamos posição de destaque. A UnB tem a nota máxima no Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação e somos a 9a melhor universidade do país, conforme classificação do Ranking Universitário Folha (RUF). Avançamos 10 posições, no ano passado (da 18ª para a 8ª colocação) em um ranking da Confederação Brasileira de Empresas Juniores,

que revela as instituições de ensino superior mais empreendedoras do país.

Não é somente devido à qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão que tantos brasilienses desejam entrar na UnB. A Universidade é reconhecida, desde a sua fundação, como o lugar propício para o exercício do pensamento crítico. Nossos estudantes têm acesso a uma educação de excelência- e também a uma formação cidadã, emancipatória, que permite contato com ideias plurais e leva à reflexão profunda sobre o mundo onde vivemos.

Uma universidade existe, afinal, para provocar mudanças na sociedade, preparando profissionais e pesquisadores para o futuro, movidos pelo humanismo, ciosos da liberdade e preparados para buscar respostas aos inúmeros desafios da atualidade. Por isso, aos que usaram o Enem para conquistar uma vaga na UnB ou aos que se preparam para o PAS, daqui a algumas semanas, desejo boa sorte. Acreditem e confiem. A UnB é lugar para vocês e precisa de todos para continuar fazendo a diferença.

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