Os eventos vão acontecer em março em Brasília e vão contar com a participação de milhares de pessoas
O Grupo de Estudo de Ecologia e Sustentabilidade do Movimento 2022: O Brasil que queremos realizou sua primeira reunião do ano. Na pauta do encontro, esteve a temática da água e reflexão sobre a importância do Fórum Mundial da Água (FMA) e Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), que vão acontecer neste mês em Brasília com a participação de milhares de pessoas. Para falar sobre esses temas foi convidado o chefe da Unidade Estratégica de Água da Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal, Sérgio Augusto Ribeiro, que dialogou com o Coordenador do Grupo de Estudos, Marco Aurélio Bilibio, e mais de 20 pessoas presentes no encontro.
O Fórum Mundial da Água teve sua primeira edição em 1997, no Marrocos, e ocorre a cada 3 anos de forma itinerante. Nesta 8a edição, Brasília sedia o evento, sendo a primeira cidade do Hemisfério Sul a fazê-lo. No diálogo, os participantes visam compreender por que o discurso dominante da água tem causado tantas reações, culminando na criação de um Fórum Alternativo. Sérgio Ribeiro esclareceu que os Fóruns Alternativos Mundiais da Água têm ocorrido desde a primeira edição do FMA, e que trazem uma perspectiva importante na reflexão sobre o tema.
Ribeiro defendeu os dois fóruns e disse que eles são um vetor de força. “Estamos num planeta só. Não dá pra você achar uma solução de lá e eu de cá. Ver o outro como o diabo, não vai solucionar a questão”, defendeu, complementando que “temos que ter essa abertura para o diálogo. Brasília pode deixar um legado, sementinhas plantadas para que isso aconteça, para que haja esse diálogo”. Ele também defendeu que não é possível “partidarizar a temática da água. Ela é uma agenda da população”.
A democratização do uso da água e a defesa desse recurso hídrico como de direito e não como uma mercadoria também foram temas trazidos por Ribeiro para dialogar com os participantes, que partilharam do entendimento e demonstraram preocupação com o atual cenário de privatização da água no país. Para ele, “o fato de transformá-la [a água] em mercadoria é um desvio de conduta”. Para Regina Fittipaldi, uma das participantes do encontro, a água deve ser encarada como \”um bem, um direito e um dom\”. Para tanto, MarcoAurélio Bilibio, considera essencial que haja uma \”conexão profunda\” do ser com a água, quebrando a visão utilitarista da água enquanto produto.
Fittipaldi acrescentou, ainda, que o público do Fórum Mundial Alternativo é “a voz diferente no contexto dessa voracidade capitalista”, e que essa voz precisa construir mecanismos e estratégias para ecoar para além do que chamou de “seus pares”.
O encontro culminou, por fim, numa valorização do diálogo e do reconhecimento das duas iniciativas como válidas. Para Ribeiro, há ideias \”luminosas\” presentes também no FMA e que podem ser ouvidas e aproveitadas. O FAMA também tem contribuições valiosas que precisam ter espaço para implementação, conforme concluíram os presentes.
Serviço:
Fórum Mundial da Água – http://www.worldwaterforum8.org/
18 a 23 de março em Brasília
Fórum Alternativo Mundial da Água – http://fama2018.org/
17 a 22 de março em Brasília