Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988, também chamada de Constituição Cidadã, visando assegurar a efetividade do direito à saúde pública a todos os brasileiros. Atualmente, o projeto é referência internacional e dá ao Brasil o título de único país do mundo que possui um sistema público e gratuito de saúde destinado a mais de 100 milhões de habitantes. Mas, ainda falta muito para o sistema funcionar perfeitamente
O médico e também ex-professor da Universidade de Brasília (UnB), Geniberto Paiva Campos, trouxe para ser discutido em uma das recentes edições do programa 2022 o Sistema Único de Saúde. Ele contou um pouco da história e desafios do SUS assim como apontou as suas conquistas e méritos.
“O nascimento do SUS foi num momento extremamente propício, em que o Brasil estava se redemocratizando, mas que a conjuntura mundial se definia através de um revigoramento do neoliberalismo, num momento em que havia um questionamento muito sério dos programas sociais, das políticas públicas, do estado de bem-estar social, e que esses recursos que o Estado deveria colocar na saúde pública, ele sofria um sério questionamento. Então é essa contradição que vai marcar toda a trajetória do nosso Sistema Único de Saúde ”, esclarece o entrevistado, ao ser questionado pelo apresentador do programa 2022, Isaac Roitman, sobre as causas que levam o Sistema Único de Saúde a ser insatisfatório, como a constante falta de médicos em postos de saúde e hospitais, e a demora em ser atendido nesses locais.
Ao longo da entrevista, Paiva mostra que muito comumente a análise e atenção da mídia recaem sobre os problemas hospitalares na saúde pública do país, no entanto, ele chama atenção para outros setores da saúde pública, como os básicos e intermediários, que precisam operar de maneira mais integrada. Ele aponta que o programa “Mais Médicos”, por exemplo, foi positivo nesse sentido, ao passo que contribuiu, conforme sua fala, com cerca de 800 municípios que estavam sem médicos nestes setores básicos e intermediários para atender a população.
Para o médico, o subfinanciamento da rede pública de saúde é um dos principais desafios nos serviços dos hospitais e contribuem para ele o fato dos procedimentos médicos requisitarem cada vez mais tecnologia, consequentemente ficando mais caros. O entrevistado também considera a formação de profissionais importante e de responsabilidade do Estado. Ainda sobre o assunto, Paiva aponta que há necessidade de constantes treinamentos profissionais e propõe uma administração vertical federalizada para resolver os problemas.
Vale a pena assistir ao programa na íntegra. Confira aqui.