Movimento 2022 promove seminário sobre segurança pública

Evento fez parte do ciclo de palestras que serão realizadas no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo) da Universidade de Brasília

Dezenas de pessoas participaram do seminário “Segurança Pública: a política como estratégia de superação da guerra social\” no final de fevereiro, no Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília. O objetivo do evento foi o de analisar o atual cenário da segurança pública no país e propor possíveis soluções para a crise na área. No encontro, foi também discutida a intervenção federal no Rio de Janeiro, aprovada por decreto na última semana pelo Congresso. Participaram do diálogo a consultora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Isabel Figueiredo, o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Antonio Teixeira Lima Junior, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck Meneguelli, e o coordenador do Grupo de Estudo sobre Política do 2022, Antonio Rodrigo Machado.

\"\"

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF, Flávio Werneck, que foi o primeiro a se apresentar, a intervenção federal no Rio de Janeiro não surtirá efeito se não houver um trabalho preventivo. Para ele, a questão das fronteiras é a nossa principal fragilidade. “É preciso mais estrutura policial e falta vontade política para que se construa uma política de prevenção”, ressaltou.

Já para a pesquisadora Izabel Figueiredo, é importante e fundamental que a população entenda mais sobre a questão da segurança pública no país. “É um tema que a gente precisa se apropriar, a gente como sociedade, precisa conseguir entender um pouco mais e falar um pouco mais sobre essa pauta tão complexa que é a segurança pública”, reforçou, destacando, também, que “se, por um lado, isso proporcionou esse tipo de debate [intervenção federal], embora esse [o seminário] tenha sido, particularmente, agendado antes, mas, enfim, está pululando os debates sobre segurança pública, por outro lado, eu acho isso um pouco preocupante, à medida em que desvia um pouco o foco da  discussão da segurança pública sobre o cerne principal da pauta que é sobre o que a gente quer, neste país, no que diz respeito à segurança pública”.

O terceiro palestrante do encontro foi o pesquisador do Ipea Antonio Teixeira Lima Júnior. Em sua fala, ele ressaltou que a população negra é a principal atingida pela violência policial. “A criança negra não é vista sequer como criança, mas sim como um bandido em potencial”, disse.

Para o coordenador do GE de política do 2022 e mediador do seminário, o país vive um clima de guerra e os negros são os mais vulneráveis à violência no Brasil. “Enquanto nós vivenciarmos essa diferença entre aquele é matável e aquele que não é matável, não vai haver paz social. Pode botar a intervenção, pode botar o exército, a marinha, a aeronáutica, pode colocar até navio dentro da favela, mas vai continuar morrendo gente, vai continuar morrendo gente da favela, do asfalto e da polícia. Não tem colete, não tem armamento que consiga superar o clima de guerra que nós vivenciamos hoje”, reiterou Antonio Rodrigo Machado.

O seminário é o primeiro de um ciclo de palestras que o Movimento 2022: O Brasil que Queremos vai promover ao longo do ano, na busca de soluções para os problemas do país. O encontro foi organizado pelo Grupo de Estudo sobre Política do Movimento.

Acesse o site www.2022brasil.org.br (Aba Eventos) e fique por dentro da agenda do 2022 para este semestre.

Recommended Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *