“O Brasil que quero para meus filhos e netos é um Brasil com saneamento básico e um meio ambiente de qualidade”, disse assessora do Inesc, Alessandra Cardoso.
A Comissão Senado do Futuro realizou na última segunda-feira (14/05), a 5ª Audiência Pública do ciclo de debate que promove em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a União Planetária (UP), através do “Movimento 2022: O Brasil que Queremos”. O debate teve como objetivo principal discutir “As Políticas Ambientais”.
O encontro presidido pelo Senador Hélio José (Pros-DF), contou com participação do professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Ricardo de Souza Moretti, da professora titular da Universidade de Brasília (UnB), Mercedes Maria da Cunha Bustamante, da assessora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Alessandra Cardoso, e do Escritor e Eco Sociólogo Biocomunidade Olho d´Água Sitio das Neves, Eugênio Giovenardi.
Para Ricardo Moretti, o Brasil, no tocante ao saneamento básico, convive com três desafios estruturais: a gestão da demanda; a ampliação do tratamento de esgotos e a melhoria do sistema hídrico; bem como a universalização do serviço. Além disso, ele defende que “a gestão ambiental e do saneamento básico têm de ser feita sempre em parceria com o sistema de público”. E complementou: “As companhias privadas elas buscam visar lucros sem se importar com as devidas consequências no meio ambiente”.
Para o escritor e eco sociólogo biocomunidade Olho d´Água sitio das neves, Eugênio Giovenardi, os cuidados que se deve ter na elaboração destas políticas ambientas passa por observar como elas vão atuar junto ao meio ambiente. “Quando eles falam de crescimento econômico, falam em ajudar os pobres, isso é uma grande falácia, eles privatizam os lucros e socializam os prejuízos”, disse Giovenardi, se referindo às companhias de exploração ambiental. O escritor também destacou que, para se entender o sistema econômico que perpassa as políticas ambientais, é necessário um novo olhar sobre a natureza e, por consequência, sobre o homem.
Em sua fala, Alessandra Cardoso, demonstrou sua indignação com os cortes que o governo tem feito em diversos setores públicos, em especial na pasta ligada ao meio ambiental. “Os recursos para gestão ambiental estão cada vez mais escassos e tendem a ser cada vez mais”, destacou a assessora do instituto de estudos socioeconômicos. Para Alessandra, o setor sofreu um corte, comparado com outros anos, os recursos destinados à pasta passaram de 3, 97 bilhões em 2017 para 3, 49 bilhões em 2018: “O país necessita de uma reforma tributaria e cidadã, porque os que ganham mais estão cada vez mais pagando menos pelos ataques ao meio ambiente”. Ela também salientou que, em virtude do Movimento 2022, o Brasil que ela quer é um país que conte não só com uma matriz energética limpa, mas que atenda a 100% da população, com preço justo, e que não seja hidrelétrica.
Já a professora da Universidade de Brasília (UnB), Mercedes Bustamante, ao longo da história brasileira, tem sido observada uma grande distância entre as políticas ambientais regulatórias e as políticas ambientais estruturadoras e indutoras. \”Além disso, observa-se um conjunto de obstáculos culturais e institucionais para a articulação dessas políticas\”, destacou, ressaltando ainda a importância do debate: “É de extrema importância discutimos estas políticas. Estamos em um ano eleitoral e precisamos que estas questões estejam na agenda e sejam cumpridas\”.
A audiência faz parte da agenda do Iº semestre do “Movimento 2022: O Brasil que Queremos”, que a cada quinze dias discute uma pauta ligada aos seus diversos Grupos de Estudo, como Ciência e Tecnologia, Construção Geográfica do Espaço, Ética, Educação, Meio de Comunicação, Política, Relação Internacional, Saúde, Social e Economia.