“Precisamos rever as políticas monetárias do Banco Central”

Defendeu a auditora aposentada da Receita Federal, Maria Lucia Fattorelli, na UnB

Por que os juros são tão altos? Questionou Maria Lucia Fattorelli, coordenadora do Grupo de Estudo Social e Econômico do “Movimento 2022: O Brasil que Queremos”, na última reunião mensal, no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo). O evento teve como objetivo debater os impactos dos juros no crescimento da dívida pública e reuniu ex auditores federais, economistas, pesquisadores, entidades parceiras da Auditoria Cidadã da Dívida, cuja coordenadora é a Fattorelli, bem como instituições parceiras da Auditoria da Dívida com Participação Popular, representantes do Movimento Ocupa a UnB e diversas pessoas interessadas na pauta.

“Os juros de mercado são expressamente elevados no Brasil, isso devido à alteração de enxugamento de moeda feito pelo Banco Central, uma operação que supera 1,14 trilhão e que custou nada menos que R$ 449 bilhões no período de 2014 a 2017”, explicou Fattorelli.

De acordo com a coordenadora, essa operação é “fraudulenta” e tem sido feita por meio de operações compromissadas, que, segundo ela explica, funcionam da seguinte forma: os bancos comerciais entregam ao Banco Central sua sobra de caixa e este entrega título da dívida pública aos bancos. No instante em que os bancos dispões dos títulos, eles passam a ter o direito de receber remuneração por isso. O Banco Central não pode utilizar esses recursos para nada, porque assume o compromisso de devolvê-lo aos bancos no momento em que eles pedirem de volta, ou seja, “isso gera uma escassez de moeda e empurra as taxas de juros a níveis abusivos país a fora”, esclareceu a auditora aposentada da Receita Federal.

O Movimento Ocupa UnB, formado pelos estudantes da instituição, acompanhou todo o debate e reforçou a legitimidade da ocupação de estudantes da Universidade de Brasília, que buscam, em um ato de manifestação pacífica, lutar contra os cortes orçamentários que a UnB vem sofrendo, resultando na demissão de 55% do quadro de funcionários terceirizados, no corte de bolsa de assistência estudantil e um possível aumentos nos serviços do Restaurante Universitário.

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