“2022 O Brasil que queremos”: Uma iniciativa virtuosa

\"roitmanComo fruto da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) foi criada por decreto presidencial a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional, que teve como principal objetivo coordenar o processo de elaboração da Agenda 21 Brasileira. Para o desenvolvimento dessa Agenda, adotou-se uma metodologia multidimensional enfocando os seguintes eixos temáticos: 1. Gestão dos Recursos Naturais; 2. Agricultura Sustentável; 3. Cidades Sustentáveis 4. Infra estrutura e Integração Regional; 5. Redução das Desigualdades Sociais; 6. Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável. No que diz respeito às desigualdades sociais considerou-se que a relação humana com o meio ambiente chegou a um ponto de estrangulamento que exige repensar valores, práticas e políticas e a elaboração de um novo paradigma, o qual, por sua vez, não comporta os níveis de desigualdades atuais.

A Agenda 21 poderia servir como um instrumento eficiente para introduzir ferramentas para que os municípios pudessem elaborar o planejamento participativo e construir diretrizes para a modernização da agenda socioambiental, propondo uma visão mais sistêmica. Após um longo processo participativo iniciado em 1999, envolvendo consultas temáticas e aos Estados da federação e encontros regionais, contando com a participação estimada de 40 mil pessoas ela foi lançada em julho de 2002. Passados 13 anos poucos avanços foram registrados e muitas metas sugeridas ficaram pelo caminho. As encruzilhadas do passado permanecem como desafios do presente: degradação ambiental, pobreza, desigualdade, consumismo e alienação cultural e política. O recrudescimento da violência e do terrorismo representam apenas a ponta visível de um iceberg que ameaça por a pique um processo de globalização que caracteriza-se cada vez mais pela assimetria. Se tivermos uma atitude passiva às próximas gerações terão de pagar o preço da atual irresponsabilidade social e ambiental.

Em 2011 foi instituída na Universidade de Brasília, a Comissão UnB 50 anos para coordenar as celebrações do jubileu da UnB. Nos quase dois anos de sua existência foram revisitados os 50 anos da Universidade criada por Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro onde se procurou destacar os aspectos positivos, os aspectos negativos e as omissões. Essa análise que apontava para ações no futuro inspiraram a criação da Comissão UnB.Futuro que foi instalada na data da extinção da Comissão UnB 50 anos. Essa Comissão, uma parceria do Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação e o Núcleo de Estudos do Futuro (n-Futuros/CEAM/UnB), promoveu desde 2013 dezenas de debates com o objetivo de aperfeiçoar o sistema universitário e a Educação como um todo. As atividades aqui relatadas foram às sementes da criação do “Movimento 2022 O Brasil que queremos” ideia arrojada da União Planetária (UP) liderada pelo humanista Ulisses Riedel. A proposta foi acolhida com entusiasmos pelo Reitor Ivan Camargo reforçando a parceria já existente da UnB com a UP no “Movimento Pedagogia das Virtudes”.

O Movimento “2022 O Brasil que queremos” é uma nova Agenda 21 com desafios que compreendem o diálogo político construtivo, a extinção das desigualdades, o respeito as regras de um mundo civilizado envolvido em valores e virtudes. O Movimento é supra partidário, supra religioso e supra ideológico. Os diálogos serão construtivos e serão discutidos em seus Grupos de Estudos que estarão voltados para a busca de alternativas que possam melhorar a situação do povo e do país. Em sua fase inicial o Movimento contará com os seguintes Grupos de Estudos: Ciência e Tecnologia, Construção Geográfica do Estado, Ecologia e Sustentabilidade, Educação, Ética, Meios de Comunicação, Política, Saúde e Social Econômico. A ênfase será uma participação ativa da sociedade através da mídia (artigos, publicações, livros programas de televisão, documentários, mídias sociais, etc.)

O “Movimento 2022 O Brasil que queremos” é virtuoso e fadado ao sucesso como manifestado em recente pronunciamento de Ulisses Riedel: “pois investe naquilo que há de mais essencial para uma sociedade: os estudos, as pesquisas e atuações, com conhecimento científico e visão humanista, para a construção de uma Pátria digna para o povo brasileiro”.


* Professor Emérito da Universidade de Brasília e Presidente da Comissão “2022 O Brasil que queremos”


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